ADEUS A PAULA FRASSINETE!
Ao
receber visitas ela perguntava sorridente: quem é você? Podia ser o pai de seus
filhos, o próprio filho ou um amigo. Às vezes reconhecia, às vezes não, mas
mantinha a tranquilidade de quem lutou até o fim, honrou sua independência, sua
bravura, sua feminilidade extrema, ao ponto de lutar sozinha contra tudo e
contra todos e até recusar ajuda.
Em
resumo bem resumido é o que se diria de Paula Frassinete de Queiroz Siqueira,
natural de Jataúba (PE), que um dia largou o Cartório em que era titular para se
casar comigo, sem deixar os estudos de Direito e Filosofia. Virou Paula
Frassinete de Siqueira Tiné. Dois filhos depois, decidiu tirar o sobrenome
Tiné, recomeçar tudo sozinha e continuar sua saga.
Estudiosa,
chegou a dar aulas na PUC e em outras faculdades, sem deixar as atas do Conselho Estadual do Meio Ambiente, que fez durante
mais de 30 anos. Antes, foi revisora das revistas Veja, Isto É e de várias editoras.
Ora afoita, ora medrosa, lutou enquanto possível pelo que quis e sobretudo pelo que acreditou. Em nome de sua independência recusou, por exemplo, pensão alimentícia a que tinha direito pela separação judicial.
Paula desafiou São Paulo durante 54 anos, esperando ganhar sua guerra particular. No dia 4 de outubro de 2022 perdeu a luta que iniciou em 28/10/1945.
Deixa dois
filhos – Paulo José de Siqueira Tiné e Flávia de Siqueira Tiné - e seis netos –
Pedro, Ana e Luisa, de Paulo e Paola Picherzky; e Rita, Cecília e Teodoro, de
Flavia Siqueira Tiné e Carlos Torkomian.
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