RUAS QUE VIRAM RIOS

 


Todo dia amanheço pensando numa crônica. Seria algo simples, rápido, que qualquer pessoa pudesse entender. Não quero explicar porque o Rio Grande do Sul produz tanto vinho e tanta uva – até Gisele Bündchen – e é punido com tanta inundação. Nem sei e não posso explicar porque seus doutos professores universitários dizem entender o fenômeno das inundações, mas não conseguem resultados práticos na contensão das águas que cobrem casas e destroem tudo o que encontram pela frente.

Para mim, leigo ao quadrado, é incompreensível os professores da Universidade Federal discorrerem durante horas sobre as providências necessárias para impedir as inundações - alguns até trabalharam nisso - sem nenhum resultado prático. É a mesma coisa que fizeram os especialistas em seca na Região Nordeste. Alguns foram eleitos deputados ou senadores à custa disso e o problema nunca foi resolvido.

Aplausos aos voluntários que salvam gente, cães e gatos nos telhados e nos rios. Alguns deram a própria vida nessa tarefa, como o médico do Espírito Santo Leandro Medice.

Não tivesse pernas fracas e coração mole estaria oferecendo quentinhas nas ruas que viraram rios em dezenas de cidades gaúchas. Fico aqui, impotente, torcendo para que as intempéries não levem minha geladeira, meu fogão, meu botijão de gás, meu automóvel e meu apartamento, conquistados após mais de 50 anos de luta.

Não sei se teria a mesma serenidade desse bravo povo ao receber a caridade alheia.

SP 15/05/2024

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