VI MAIS DO QUE POSSÍVEL

Entre as muitas surpresas de minha visita à Argentina encontra-se perceber a tranquilidade do povo. Particularmente na cidade de Santa Fé, observei por alguns dias o movimento da rua San Martin, com gente simpática, sorridente, bem vestida, a maioria falando ao telefone.

Encontrei um povo alegre e tranquilo, sem a neurose de que se fala. Uma gente educada, alegre, cumpridora de suas obrigações sociais, de vestes despojadas. Apesar da crise financeira, não demonstravam preocupação e lotavam os restaurantes, com mesas e cadeiras nas calçadas. Fui muito bem tratado em todas as oportunidades que ousei falar o Portunhol. No mínimo, era tratado com amável sorriso. 

As cidades de Santa Fé e La Plata, que visitei rua por rua, ostentam vida universitária exuberante, com muitos brasileiros. 

A 56 km de Buenos Aires, La Plata tem uma característica singular: ruas planejadas e numeradas, que se iniciam numa praça e são cortadas por diagonais. Adorei. Na praça principal, Moreno, em homenagem a Mariano Moreno, encontra-se a Catedral de um lado e a prefeitura, de outro. Na praça, estátuas de figuras históricas. 

A visita à Argentina não teria sido tão legal se não contasse com a boa vontade dos filhos, Flávia e Paulo, e de um dos netos, Teodoro, que se revezaram substituindo as bengalas por uma cadeira de rodas, quando necessário. Uma tarefa e tanto, impossível de agradecer, exceto por obrigá-los a frequentar os melhores restaurantes, mesmo alta madrugada, quando inesperadamente éramos convidados a enfrentar filas de velhinhos ou velhinhas, com bengalas ou cadeiras de rodas. 

A madrugada de Buenos Aires é efercescente, acreditem. E eu não sabia que Flavia conhecia cada rua, cada esquina, cada monumento da Argentina, onde dirigia como se fosse motorista de Uber, com ajuda do Wase, claro. Poderia ir à Patagônia, mas me conformei com o frio da Grande Buenos Aires e a graciosidade de San Isidro. 

Se o que vi foi pouco, paciência! Foi mais do que possível ou que mereço.  

San Isidro