DÚVIDAS, RECEIOS...

 

O mundo não vai acabar no dia 1º de março, mas nesse dia serei vacinado contra o Covid19. Isso não garante nada, apenas dá alguma tranquilidade a quem tem 84 anos e várias comorbidades. Já me disseram que a vacinação não dispensa o uso de máscara nem os cuidados habituais. Mesmo assim, será um alívio para quem vive em isolamento e se priva de filhos e netos. Quem sabe agora possa conhecer a Serra do Rio do Rastro ou subir o Amazonas e o Negro.

Graças ao You Tube, conheci ou revi todos os concertos para piano e orquestra de Beethoven, bem como grandes instrumentistas e cantores. Leio vários blogueiros, ouço inusitados programas de rádio, sem notar que minha audição anda uns 20% avariada. Ainda bem que estas dificuldades não impedem desfrutar as maravilhas do mundo, como o jornalista Assis Ângelo, que perdeu totalmente a visão após sofrer descolamento de retina.

Antes da pandemia, por exemplo, visitei um amigo jornalista em Itu e constatei o folclore em torno do município. Foi fácil achar os gigantes aparelhos telefônicos. Difícil foi achar sua mansão num condomínio em que as casas distam muito umas das outras. Numa delas vi uns 15, 20 carros de luxo. Pensei tratar-se de um revendedor. Qual não foi minha surpresa quando o próprio dono me informou que todos os carros são dele. Após achar a mansão de meu amigo, tive de rodar mais alguns quilômetros para chegar no clube, onde se reuniriam os amigos para almoço. Nem sei se ainda era o mesmo município.

Ainda não tive coragem de visitar outro jornalista em Sorocaba, que também mora em condomínio. Não deve ser tamanho Itu, mas é no centro da cidade e só se entra após vários comunicados aos porteiros e demais seguranças. Receio precisar de aplicativo para achar a casa. Como se sabe, esses localizadores modernos nos levam a lugares inusitados. Não sei se encontraria em meio aos encantos da Serra do Mar o esconderijo de Fernando Portela, outro que resolveu fugir das misérias deste mundo antes mesmo da atual catástrofe política. Uma das filhas dele foi mais longe: mandou-se para Portugal, onde muitos outros buscaram refúgio, como Paulo Markun, Aguinaldo Silva e até figuras anônimas de Caruaru.

Lembro dos tempos em que nada disso era preciso, bastava seguir as estrelas. Vejo-me, enfim, em pior situação: tudo à mão e nada desfrutável, diante de certas dificuldades. Para complicar, venceu a habilitação para dirigir, obrigando-me a fazer novo exame de motorista. Haja dúvidas, receios, imprevistos...

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