HC SE EXPÕE, COMO NUNCA
O Jornal Nacional encerrou ontem
(11/05/2020) com o desabafo de um residente queixando-se da falta de
reconhecimento de seu trabalho para salvar pessoas desconhecidas e na maioria
pobres que recorrem ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo.
De fato, como ocorre em outras
faculdades e nas Santas Casas, os médicos recém-formados tocam o atendimento
mediante remuneração modesta, no afã de aperfeiçoar-se em suas respectivas
especialidades, sem o merecido reconhecimento pelos serviços prestados. Nos
hospitais universitários, como se sabe, o trabalho pesado, como o atendimento
de acidentados e dos pacientes em risco de morte, inicia-se com os estudantes e
médicos recém-formados, sob a supervisão dos médicos já calejados.
Em Brasília, residentes fizeram
manifestação reclamando que não recebem há três meses.
Ao dar voz ao médico-residente, o
jornal homenageia os profissionais de saúde que tratam as vítimas do Covid 19,
que ora mata no mundo inteiro, e encerra o noticiário num tom destoante das
tragédias até então apresentadas, como se dissesse: nem tudo está perdido. Prestem
atenção nessa maravilha de atitude. São profissionais que sacrificam a própria
vida em favor do próximo.
Pouco antes, o jornal mostrou a
generosidade dos empresários num quadro denominado Solidariedade S. A., em que
grandes indústrias doam milhões para projetos sociais. Nada mais justo que
agradecer a benemerentes.
Inaugurado em 1943, o HCFMUSP é
pioneiro em muitas atividades e a grande maioria dos modernos hospitais
privados de São Paulo, como o Sírio Libanês, o Albert Einstein e a Beneficência
Portuguesa, entre outros, tem diretores e especialistas oriundos do HC. Até o
comando das ações de combate ao Covid 19 são coordenadas por profissionais do
hospital-escola criado por Ademar de Barros.
Foi-se o tempo em que o hospital servia
para projetar a imagem de professores-doutores, como durante a internação de
Tancredo Neves e demais políticos, com a subserviência da imprensa e mea-culpa.
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