SILVIO SANTOS PISOTEIA A VELHICE




Ao que me consta, Luana Piovani mora em Portugal, de onde manda de vez em quando recados inteligentes.  É daquelas que sabe explorar suas lindas curvas, disparando boas respostas aos exagerados fãs. De repente, não mais que de repente, ela aparece elogiando a gravata de Silvio Santos e pedindo para ser fotografada ao lado dele. Ainda bem que ela pode voltar à TV com sua exuberância.
Rever Luana Piovani é uma coisa. Outra coisa é rever cantoras da velha guarda que tentam resgatar seus tempos de estrela. A maioria conserva o brilho da voz, mas a aparência é prejudicada pelo andar da carruagem.
Não sei o que pensa quem as tem como deusas. Tendo conhecido Claudya nos seus verdes anos, quando ela tinha a ousadia de enfrentar Elis Regina com seu poderoso diapasão, lamento que não tenha contornado o tempo com sapiência, renovando repertório e reservando-se com a devida conveniência. 
Como se sabe, a televisão faz parte da vida de todos nós. Até os que a renegam publicamente trancam-se no quarto para ver qualquer besteira. Surgem também os “críticos”, que observam e dão palpites e às vezes se consideram donos da verdade. Durante algum tempo fui um deles, prestigiado por algum órgão de imprensa (Editora Abril, A Gazeta) ou por outras circunstâncias, como jurado do Troféu Imprensa e de musicais da TV. Devo ter cometido alguma injustiça.
Atualmente, a figura de crítico ou jurado é dispensável, tamanha a opção de lugares em que qualquer um pode opinar. Qualquer pessoa, até uma empregada doméstica, como diria o ministro da Economia, pode externar suas diatribes pelas redes sociais. Achei estranha, por exemplo, a presença na televisão de Eliana Pittmann, Lana Bittencourt, Ellen de Lima, Edith Veiga, Claudya e outros monstros sagrados da MPB.
Até pouco tempo era Cauby Peixoto, ou o que restava dele, cantando “Conceição”. Temos ainda a maravilhosa Elza Soares “desfilando” nos carros alegóricos das escolas de samba ou nos auditórios de televisão. Trata-se de aparecimentos eventuais, justificados por eventuais homenagens a pessoas admiradas.
No caso do quadro do Programa Sílvio Santos, a iniciativa de convidar artistas da velha guarda com objetivo de relembrar seus sucessos, transforma-se em caricatura de um passado que já foi brilhante. Talvez Silvio Santos pudesse homenageá-los sem as grotescas referências ao passado de cada um.
Salvo a ideia de aparecer de Luana Piovani, mal dissimulada ao pedir para tirar uma selfie com o “patrão”.
Quando quiser pisotear minha velhice, desengaveto fotos em que apareço entregando troféu a Altemar Dutra ou Ivan Lins, ou como jurado do Troféu Imprensa e de Chacrinha, na TV Globo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOVAS EMOÇÕES

CABOTINISMO À PARTE

QUESTÕES DE ORIGEM