UM SONETO POR DIA
DESEJO EXPLÍCITO
Um dia eu desejei ser escritor
pôr no papel aquilo que aprouver
chamar de meu o mundo e escrever
o me der na telha, o que vier.
Já fiz versos pra lua, pra mulher,
pra jovem que desfila com cachorro,
fiz até um soneto em boa fé
dizendo que por ela eu mato ou morro.
Nada disso impediu ou consolou
o cego impulso de pôr no papel
tudo aquilo que me convier.
Assim, eu continuo a tentar
a fazer verso como bem quiser,
mesmo que digam que devo parar.
SP 25/11/2019
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