NADA CONTRA MANIFESTAÇÕES, VÍRGULA
Nada contra vizinho (a) que passeia com cachorro todos
os dias, desde que recolha fezes e impeça o avanço dos animais contra pessoas e
outros animais.
Nada contra pechinchar e esmiuçar cardápios nos
restaurantes, pois cada um deve escolher o que melhor se adapta a seu orçamento
e paladar. Se for bem de vida não precisa pechinchar; caso contrário deve optar
pelo que lhe convier.
Nada contra olhar para o próprio carro como se fosse o
melhor do mundo, mesmo sendo um fusquinha, pois é bom valorizar o que se
adquire com dificuldade. Só não pode fazer do carro uma arma, dirigir após
ingerir bebida alcoólica, essas coisas básicas que todo mundo deveria
respeitar.
Nada contra olhar discretamente a mulher que vai
trabalhar dando passinhos desafiadores na calçada. Talvez ela queira isso
mesmo, ser vista.
Nada contra biografias, principalmente quando revelam
fatos e fotos desconhecidos. É algo difícil de acontecer quando o biografado é
famoso, mas vale a pena rever. As editoras só se interessam por livro que tem
chance de vender bem. Felizmente no Brasil há editoras como a Imesp, de São
Paulo, e a Cepe, de Pernambuco, que editam livros não necessariamente
comercializáveis.
Nada contra as manifestações políticas que proliferam
no mundo inteiro. O ideal seria que fossem pacíficas, mas nem sempre isso é
possível. Muitos argumentam que violência maior é a que cometem contra a
humanidade, como o óleo derramado nas praias do Nordeste do Brasil atualmente,
de origem desconhecida até agora.
Na década de 50, em Caruaru, a 130 km do Recife, estudantes tentaram arrancar os trilhos da Great Western, que passavam pelo
centro da cidade. Era uma forma de protesto contra tudo, inclusive contra a
invasão das multinacionais (a empresa era inglesa). Hoje os trens não mais
existem. Fazem falta ao agreste e ao sertão pernambucanos. Mas não foram os
rebeldes que tiraram os trens de circulação e sim as autoridades, talvez para
beneficiar a indústria automobilística.
Nada contra manifestações, desde que não seja para libertar condenados pela Justiça.
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