MOEMA CAVALCANTI NO INSTITUTO OHTAKE



Vida e obra de Moema Cavalcanti estão em livro que será lançado no Instituto Ohtake, em São Paulo, no próximo sábado, a partir das 10 horas.  O livro é uma produção conjunta das editoras CEPE e IMESP e contém parte da produção da designer que deixou o Recife em 1968 para se transformar na mais produtiva capista de livros do país (mais de mil capas), atuando em várias editoras e em estúdio próprio. Só não está no livro dos recordes porque ninguém se interessou ainda em reivindicar tal posto.
Ela mesma iniciou a editoração do livro, assumida por três amigos depois que adoeceu. Reúne cerca de 200 projetos dentre os milhares que realizou em 50 anos e mensagens despretensiosas que ela colocava no facebook, dirigindo-se aos amigos e parentes. Uma dessas lembranças é a da chegada do presidente Juscelino Kubitschek ao aeroporto dos Guararapes, quando ela tinha 15 anos e na confusão perdeu um dos sapatos altos que usava pela primeira vez.
Sua identificação com livros vem da rica biblioteca do pai, o escritor e político Paulo Cavalcanti, que reunia em sua casa de Beberibe as mais importantes autoridades, jornalistas, poetas e escritores. Paralelamente, Moema integrou-se ao Movimento de Cultura Popular, atuando como atriz em dezenas de peças de teatro. Sua mãe Ofélia, além de anfitriã, atuava como modista, convivendo, portanto, com famílias da alta sociedade.
Diz-se, em tom de brincadeira, que em Pernambuco, quem não é Cavalcanti é cavalgado. Não é o caso de Paulo Cavalcanti, que desde o início de sua carreira como Promotor dedicou-se à defesa dos mais pobres, chegando a ser dirigente comunista.
Se Moema não está no livro dos recordes como a mais produtiva capista do mundo, Paulo Cavalcanti poderia figurar nos tais registros como um dos mais requisitados presos políticos, recolhido ao xadrez sempre que as autoridades queriam algum esclarecimento sobre eventuais movimentos subversivos. Preso e solto dezenas de vezes, Paulo só abria a boca para defender os subversivos, tendo sido advogado deles dentro e fora da prisão. Foi ele o autor do habeas corpus que libertou Miguel Arraes de Alencar, de quem foi secretário.
Com tais origens, Moema Cavalcanti faz jus ao sobrenome e dá continuidade à tradição de honradez da família, cavalgando a trote no ramo que abraçou: capista de livros da melhor qualidade.




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