MPB AINDA EXISTE

Amo Elis Regina, Mônica Salmaso, Claudya, Gal Costa, entre outras. Quando escrevo sobre elas tento separar as qualidades artísticas da beleza física de cada uma. Inútil. As duas caminham juntas. Eventos simultâneos nos lembram a necessidade de ouvir essas estrelas. No caso de Elis não há evento algum, exceto a insistência com que usuários da internet repetem suas apresentações no Facebook. Não chega a cansar, pois há a opção de pular para o post seguinte, quando não queremos ouvir mais uma vez aquela melodia. Mas tal repetição consagra o dito “tudo demais é veneno”. Mônica Salmaso está na ordem do dia com mais um disco, desta vez sobre música caipira. Seu repertório, como se sabe, é diferenciado. Ela grava apenas o que considera de bom gosto, mesmo que não tenha grande popularidade. Recentemente, vem fazendo alguns shows para divulgar seu novo disco, comentado recentemente por José Teles no Jornal do Commercio (PE). Há uma diferença entre sertanejo e caipira. Sertanejo é tudo, caipira seria música mais autêntica, de raiz. Alguns críticos mais virulentos chamam a música sertaneja de sertanojo. Não chega a tanto. Depende da música. Com relação a Claudya, a novidade é que fará um espetáculo para comemorar 50 anos de carreira no dia 28 próximo no Teatro Gazeta. O show terá um convidado especial, Dudu França, não sei pra quê. Afinal, ela não precisa dividir seu sucesso com ninguém, exceto com sua filha, Graziela Midori, cuja semelhança física só se compara à semelhança com a voz. Caso parecido com as duplas Zizi-Luísa Possi, Elis Regina-Maria Rita, Altemar-Altemar Dutra Filho, entre outros. Claudya é talvez a cantora mais injustiçada deste país, prejudicada ora pelo repertório, ora por uma crítica exigente, que não leva em conta sequer a gravação de composições de Taiguara. Fica para o grande público apenas a homenagem a Evita Perón, indispensável em seus shows. Só falta o José Ramos Tinhorão sair de seu refúgio da Barra Funda e dizer que isso não vale, não é MPB. Gal Costa fez bonito no último fim de semana, ao lado de Gilberto Gil e Nando Reis, num show em São Paulo. Homenageou Luiz Melodia no dia de sua morte cantando uma das músicas de autoria dele, incluída num de seus discos. Naturalmente, foi aplaudida de pé pelo numeroso público. Gal, Gil e Nando Reis num show lotadíssimo é uma demonstração de que nem tudo está perdido nessa enxurrada de disponibilidades musicais através dos mais diversos aparelhos. Ainda bem.

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