SE PERSISTIREM OS SINTOMAS...


Agendei consulta com o neurologista Paulo Marchiori para o dia 14/04, 16 horas. Fui dia 15. A zelosa portaria do imponente prédio não me deixou subir, alegando que a consulta estava marcada para o dia anterior. Lapso de memória? O próprio médico achou engraçada minha imprevidência, mas me atendeu. Por via das dúvidas, pediu uma tomografia do cérebro.
Quem ficou preocupado fui eu. Afinal, usufruindo modesta aposentadoria após mais de 40 anos de trabalho, apenas levo netos à escola, brinco de fazer crônicas num blog (blogdotine.blogspot.com), e frequento a Sala São Paulo aos sábados para apurar os ouvidos, já com 20% de déficit. Portanto, não deveria esquecer um compromisso.
Quando me inscrevi num programa público de hipertensão, a enfermeira advertiu: por que você vai virar paciente deste “italiano” chato, bravo, às vezes insuportável? Retruquei: é que preciso de alguém que me coloque no devido lugar, várias doses a menos por dia. Ele é meu cardiologista há mais de 20 anos. Nem o Lula tem médico tão competente: Dr. Dante.
Outra vez precisei de um geriatra. Procurei o professor Wilson Jacob Filho, que me deu o livro “Prática a Caminho da Senecultura” (Atheneu), com a seguinte dedicatória: “Ao querido amigo Flávio Tiné, um exemplo de maturidade inteligente”. Alguém – outro médico, naturalmente - comentou que não seria a melhor opção. Recusou-se a apontar outra saída, alegando suspeição. Provavelmente se achava melhor.
A pior experiência foi quando o editor de uma famosa revista recusou substancioso artigo científico que levei pessoalmente, em nome do autor. Ao questionar a não publicação semanas depois o editor me disse que só publica o que encomenda. Cada editor tem seus critérios. A revista da Abramge, só de assuntos médicos, acolhe meus desabonados comentários, mesmo sabendo que não sou médico. Vai entender.

A bela Lina Menezes, que acompanhei inúmeras vezes em entrevistas médicas para televisão, de repente virou paciente de câncer, submetendo-se a inevitáveis e repetitivas sessões de radioterapia. Corajosamente, expõe sua via crúcis na mídia social, como se estivesse passeando entre os arbustos do Parque Ibirapuera. E eu aqui me queixando de excesso de ácido úrico, coisa de reis que comiam muito. Deus me perdoe. 

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