ENCONTRO COM NELSON XAVIER
Fui ao encontro de Paula Autran na esperança de rever
Nelson Xavier, 53 anos depois de nosso último almoço na AIP – Associação de
Imprensa de Pernambuco. E lá estava ele, brilhante como sempre, desembaraçado
como nunca, entusiasmado como nos tempos em que emprestava suas habilidades de
ator e diretor de teatro ao Movimento de Cultura Popular (MCP).
Ele foi um dos criadores da peça “Julgamento em Novo
Sol”, também conhecida como “Mutirão em Novo Sol”, cujo texto foi agora editado
por iniciativa do Instituto de Investigação em Teatro e Sociedade, ligado à
Escola de Comunicações e Artes da USP.
Para resgatar a história desta peça de sucesso na
década de 60, Paula Autran empreendeu pesquisa e fez entrevistas com alguns
sobreviventes daquela época, como Moema Cavalcanti e Zodja Pereira, que atuaram
como atrizes. Dei minha contribuição com uma foto histórica da excursão que o
grupo fez para Brasília em 1962, quando foi recebido pela primeira dama Teresa
Goulart no Palácio da Alvorada, após apresentação no Teatro Nacional.
Acompanhei a excursão para o DF e para o Rio de
Janeiro a serviço de Última Hora. Mas não era um simples repórter em ação: era
sobretudo um apaixonado pelo trabalho do MCP.
Antes da noite de autógrafos, um grupo de atores leu
trechos da peça, revelando inacreditável constatação. Refiro-me à atualidade
dos diálogos. O País mudou, é verdade, mas a exploração dos camponeses ainda
existe e a história ali contada não deixa de ter certa atualidade.
São Paulo, 1º de dezembro
de 2015
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