ADEUS, GISELE BÜNDCHEN!
Gisele Bündchen desfila pela
última vez no São Paulo Fashion Week. É o fim de uma espécie de reinado em que
uma gauchinha de Horizontina dominou durante 20 anos e sai porque quer,
alegando que o corpito pede, aos 34.
Isso não vai mudar em nada os
destinos do mundo, tampouco os dias e as noites de quem sequer pode sonhar com
tais encantos, aos 78. Quer saber? Quem anda pela Rua Alagoas na hora da saída
das alunas da FAAP ou faz algumas incursões pelo Ibirapuera de vez em quando encontra
várias Giseles, talvez sem o mesmo gingado ao desfilar, mas com a mesma
aerodinâmica escultural ao caminhar sobre as passarelas da vida.
A despedida de Gisele é um
acontecimento de certa relevância nas escolas de moda e nas rodas sociais. Por
que isso acontece? Por que uma única mulher se destaca tanto, sendo que criaturas
tão interessantes quanto ela, quem sabe mais interessante ainda, desfilam
diariamente nas calçadas, nas filas dos bancos, no metrô ou nos supermercados? Nas
ruas de lojas de lojas moda, como a Rua Oscar Freire, em São Paulo, é difícil
encontrar mulher feia. O poetinha Vinícius de Moraes decretou: “as feias que me
perdoem, mas a beleza é fundamental”.
Talvez a frase não seja exatamente essa, mas é o sentido que ele quis
dar ao deslumbramento produzido pela beleza da mulher.
Um consolo para as não dotadas de
tais encantos é reconhecer que a beleza física é importante, mas não é tudo.
Existem outras qualidades, como caráter, fidelidade, educação, respeito - não
necessariamente nessa ordem.
Assim, os fãs de Gisele Bündchen
podem ficar tranquilos. Talvez não existam outras como ela, mas certamente
existem outras ainda mais belas. Daria tudo para estar na primeira fila da São
Paulo Fashion Week para ver a despedida da manequim. Na impossibilidade, fica o adeus. Adeus, Gisele
Bündchen!
São Paulo, 15 de abril de 2015.
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