AINDA A VISITA DO PAPA

Quer saber a verdade? Fiquei com a maior inveja dos que se esbaldaram na praia de Copacabana e nos arredores da Basílica de N. Sª Aparecida. Não morro de amores pelo Papa, embora o tenha na conta de um santo homem, simpático e merecedor de todos os encômios. Se tivesse de me apaixonar a esta altura escolheria uma dessas lindas apresentadoras de televisão, as moças do tempo, uma repórter como Natália Leite, uma cantora como Mônica Salmaso - que além de bonita canta como um passarinho - ou uma professora da USP como Arlene Clemesha.
Infelizmente, não é o caso. Todas as paixões um dia ficam na saudade, sendo melhor não alimentar vãs esperanças. 
A inveja a que me refiro é a salutar, sem resquícios de rancor ou de desgosto. É o sentimento de que poderia estar presente, solidário, batendo palmas, vibrando com tanta fé e entusiasmo. É a tristeza de quem perde a esperança e caminha com dificuldade na busca desse vigor enfraquecido pelo tempo. 
Como todo brasileiro, ou pelo menos como a maioria, fui levado à missa desde pequenininho, nos braços da mãe, ouvindo a louvação dos padres e os cânticos religiosos. Como a maioria, perdi-me em busca de sobrevivência, trocando os ritos sagrados pelos bares da vida.   
Mesmo assim, apesar dessa distância, confesso que em alguns momentos os discursos do Papa me emocionaram, como devem ter emocionado muita gente. Talvez porque a gente entendesse o que ele falava, ora em Espanhol, ora em Português, e sobretubo pelas mensagens objetivas, diretas, contundentes, tocando em pontos conhecidos e vulneráveis. 
Deu até pra esquecer que ele é argentino, um povo pelo qual os brasileiros não têm grande simpatia. Deu até pra esquecer as barbeiragens das autoridades, que não cuidaram bem da segurança, e os pequenos tropeços dos voluntários e organizadores da Jornada Mundial da Juventude, que aqui e ali maltrataram os visitantes internacionais.
A boa nota ficou com a Rede Globo, que apostou todos os seus minutos em poderosa cobertura, especialmente através da Globo News, com comentários competentes e imagens e sons maravilhosos.
Os sete dias do Papa Francisco no Brasil foram uma bênção sobre o nosso país, já abençoado pela natureza. Os cristãos com certeza se beneficiaram de seus ensinamentos. Tomara que os homens públicos também. 

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