VIZINHANÇA
VIZINHANÇA Moro num condomínio onde os prédios são tão próximos uns dos outros que a gente vê quem chega e quem sai e ouve choro de nenén, latido de cachorro, miado de gato e até o som da TV dos outros apartamentos. Uma vantagem para quem mora sozinho, que pelo menos se sente vivo, ou uma desvantagem quando se observa e se ouve o que dizem. Fica difícil escapar de comentários tipo já vai gastar dinheiro, acordou cedo hoje, onde vai tão bem vestido, que belo dia, etc. Algumas vezes dá vontade de mandar para “aquele lugar”. Já contei e repito o caso de um dos meus chefes na Última Hora Nordeste que, diante de meu cordial “bom dia”, respondia irônico: “bom dia por quê?” e acrescentava: “vamos ao trabalho”. Era Múcio Borges da Fonseca, de saudosa memória, que além de trabalhar no Recife militou também na UH de São Paulo e na Realidade. No fundo, uma boa alma. Na maioria dos casos, no entanto, respondo com educação aos que me cumprimentam. Não vale a...
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