O MAIOR SHOW DO QUÊ?
Vem de muito longe a mania dos pernambucanos de proclamar-se o melhor do mundo em tudo. O tema já foi objeto de incontáveis artigos e ressurge vez por outra como piadas de bom e de mau gosto. A idéia de que os rios Capibaribe e Beberibe se juntam para formar o Oceano Atlântico é motivo de galhofa até hoje, aqui e além-mar. Caruaru aproveitou a deixa e criou o maior cuscuz do mundo. As praias do nosso litoral superam filmes de ficção e se não se orgulham disso, pois seria demais, ocupam manchetes com sucessivos ataques de tubarões ao ser humano – os maiores ataques do mundo.
Repete-se a informação de que a Caxangá é a maior avenida em linha reta do mundo. Não se sabe de onde tiraram isso, mas conheço uma avenida que vai de Praia Grande a Mongaguá, em linha reta, com pelo menos 10 km.
Essa agora é demais. Nominar como “maior do show do mundo” um espetáculo com Luan Santana, Ivete Sangalo e meia dúzia de guitarristas não passa de uma jogada de marketing dos produtores para vender ingressos. Mesmo que os artistas tenham lá suas qualidades e grande número de fãs, a classificação é no mínimo injusta. Ivete com seus axés de qualidade duvidosa e esse Luan Santana com letras mambembes não justificam classificação tão elevada.
A grande afluência do público e o assédio natural da imprensa em torno do “maior do show do mundo” revela apenas o mau gosto dessa meninada, aturdida com a idéia de que estão perdendo o melhor da vida, por não ter ido ao show. Exemplo doméstico: uma de minhas sobrinhas postou no Facebook: “O povo no maior show do mundo e eu aqui no tédio, vendo maratona de Bob Esponja!". Preciso convencê-la urgente de que não é nada disso. Não conheço esse Bob Esponja mas pode ser que seja mais divertido.
Felizmente Pernambuco não é só isso. No sábado, a Orquestra Sinfônica do Recife comemorava seus 81 anos com duas memoráveis apresentações gratuitas no Teatro Santa Isabel, brindando-nos com músicas de Franz Lizt e Johannes Brahms, sob a regência de Osman Gioia. Essa, sim, a melhor música do mundo.
Repete-se a informação de que a Caxangá é a maior avenida em linha reta do mundo. Não se sabe de onde tiraram isso, mas conheço uma avenida que vai de Praia Grande a Mongaguá, em linha reta, com pelo menos 10 km.
Essa agora é demais. Nominar como “maior do show do mundo” um espetáculo com Luan Santana, Ivete Sangalo e meia dúzia de guitarristas não passa de uma jogada de marketing dos produtores para vender ingressos. Mesmo que os artistas tenham lá suas qualidades e grande número de fãs, a classificação é no mínimo injusta. Ivete com seus axés de qualidade duvidosa e esse Luan Santana com letras mambembes não justificam classificação tão elevada.
A grande afluência do público e o assédio natural da imprensa em torno do “maior do show do mundo” revela apenas o mau gosto dessa meninada, aturdida com a idéia de que estão perdendo o melhor da vida, por não ter ido ao show. Exemplo doméstico: uma de minhas sobrinhas postou no Facebook: “O povo no maior show do mundo e eu aqui no tédio, vendo maratona de Bob Esponja!". Preciso convencê-la urgente de que não é nada disso. Não conheço esse Bob Esponja mas pode ser que seja mais divertido.
Felizmente Pernambuco não é só isso. No sábado, a Orquestra Sinfônica do Recife comemorava seus 81 anos com duas memoráveis apresentações gratuitas no Teatro Santa Isabel, brindando-nos com músicas de Franz Lizt e Johannes Brahms, sob a regência de Osman Gioia. Essa, sim, a melhor música do mundo.
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