NORDESTE À MODA DO SESC
A mostra denominada À Nordeste reúne peças, objetos e
quadros representativos da Região, na tentativa de explicar origens e costumes
do povo que a habita. Não é algo para ser “digerido” com facilidade pelo
público, por mais que o simpático diretor do SESC paulista, Danilo Santos de
Miranda, se desdobre em sofisticadas explicações. O próprio folheto distribuído
aos visitantes, bem diagramado, constitui obra de arte, assinada pelos
curadores Bitu Cassundé, Clarissa Diniz e Marcelo Campos.
Quando alego dificuldade de entendimento refiro-me ao
cidadão comum que vê os objetos pela primeira vez e não consegue distinguir a
beleza de determinadas peças ou figuras. Tenho a impressão de que o nordestino que
mora em São Paulo se identifica mais com o forró e as comidas regionais do Centro
de Tradições Nordestinas do que com a sofisticada exposição em foco. Salvo a
hipótese de que minhas impressões se ressintam de conhecimentos mais
aprofundados a respeito do assunto.
Uma das curiosidades expostas, por exemplo, é um
compacto em que o artista Marcelo Silveira gravou um único mote, “Tudo Certo”.
Ele explica que seu pai sofreu de Alzheimer por longos oito anos, durante os
quais só repetia essa frase, que ele repete à exaustão de forma artística.
Isso é arte? Tudo é arte, poderiam dizer os curadores.
Ou vira. Para o frequentador do SESC 24 de Maio não faltam orientadores para
tirar qualquer dúvida.
Talvez o visitante tenha dificuldades, como eu, de
admirar certas peças. Deverá ir mais de uma vez para se enfronhar melhor de
suas origens e significados. A mostra fica de 16 de Maio a 25 de Agosto no 5°
andar do SESC 24 de Maio.
É mais uma iniciativa de grandes méritos dessa
brilhante instituição, vez por outra ameaçada de corte de verbas.
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