MEANDROS DA MPB NA PENA DE ALUÍZIO FALCÃO
Quando o assunto é música
ocorrem-me automaticamente alguns autores que mantenho à cabeceira da cama:
Zuza Homem de Melo, Ruy Castro, Sérgio Cabral, José Ramos Tinhorão, Tárik de
Souza, José Teles – para citar apenas os mais óbvios. Com o lançamento de
“Canto da era das canções e outros escritos”, pela Cia. Editora de Pernambuco,
acrescento Aluízio Falcão a esse seleto grupo de jornalistas cuja autoridade
satisfaz minha curiosidade quando busco esclarecimentos sobre determinadas
composições ou autores.
Como se sabe, cada partitura tem
uma particularidade, fruto da criatividade do autor. Cada melodia tem uma
história, uma origem. Os críticos de música buscam cada detalhe para analisar
em profundidade o que o autor quer dizer com tais melodias. Este livro
proporciona ao leitor explicações desconhecidas até mesmo pelos que costumam
pesquisar a respeito da motivação de certas canções. Os que desfrutaram ou
ainda desfrutam da amizade do autor podem conhecer alguns desses deliciosos
contos em versões de mesa de bar, outra especialidade do jornalista que
frequentou os principais redutos da boêmia recifense, carioca e paulistana.
Aluízio Falcão, que começou como
locutor em serviços de alto-falantes em Caruaru, cresceu como orador inflamado
nos comícios de Miguel Arraes e algum tempo depois tornou-se diretor artístico
da rádio Eldorado e da Discos Marco Pereira, além de colaborador do jornal O
Estado de S. Paulo, acompanhou a vida e o trabalho de grandes compositores e ouviu
deles próprios as histórias que reúne em comentários inéditos.
O novo livro da CEPE é de leitura
fascinante e saborosa. A bibliografia completa o caldo em que se fez uma
cultura sólida, forjada não apenas em livros, mas também em pesquisas e em contato
pessoal com artistas e pesquisadores, com os quais conviveu intensamente e de
cujos contatos originou-se outro livro de crônicas, lançado anteriormente.
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